5 de dezembro de 2007

Pequenos também têm dor de cabeça

POR CLAUDIA SILVEIRA

As dores de cabeça não poupam nem as crianças. As cefaléias, como são chamadas essas dores, podem ser causadas por tensão, enxaqueca ou pelas duas coisas associadas. Os medicamentos até trazem alívio, mas não são garantia de que a dor não vai voltar.

A pedagoga Alessandra Tonetti Pavão, 37 anos, sofreu com o seu filho mais novo, Felipe, 8 anos. “Há uns dois anos, ele começou a se queixar de muita dor na cabeça, nos olhos e de enjôo. Dávamos remédio, os sintomas passavam, mas sempre voltavam. Levamos o Felipe ao oculista porque achávamos que era um problema de vista”, conta a mãe, que tem outro filho, Diego, 11 anos, que nunca sentiu dor alguma.

Como não foi detectado nenhum problema de visão no Felipe e as dores continuaram, Alessandra procurou um neurologista. Foi quando descobriu que seu filho sofria de enxaqueca, assim como sua mãe e sua irmã.

“Nunca passou pela minha cabeça que poderia ser isso. Eu achava que era coisa de adulto. Ele fez tratamento e, desde o começo do ano, não sente mais nada.”

O procedimento é esse mesmo. Quando as dores se tornam repetitivas, os pais devem procurar um médico, como fez Alessandra.

“A maioria das dores não tem relação com patologias mais graves, mas, se elas persistirem por semanas e forem acompanhadas de vômitos e sonolência, é preciso procurar um médico imediatamente, pois pode ser algo sério”, orienta o neurocirurgião João Luiz Pinheiro Franco, do Hospital Santa Paula.

Toda vez que a criança reclamar de uma dor isolada, vale dar uma olhada no que ela andou comendo, pois refeições desequilibradas podem provocar dores de cabeça. “Existem fatores alimentares que desencadeiam dores fortes, como a enxaqueca. O queijo amarelo e o chocolate são alguns exemplos”, explica o pediatra Peter Liquornik, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria.

E não é preciso entrar em pânico toda vez que a dor surgir. Segundo Franco, caso o pediatra que acompanha a criança já tenha indicado algum analgésico anteriormente, ele pode ser usado novamente desde que a dosagem recomendada seja seguida. O importante é não dar remédio de adulto, pois a dosagem será desproporcional e pode prejudicar órgãos como o fígado e os rins.

Reportagem publicada na Revista da Hora do dia 04/11/07