31 de março de 2008

O melhor amigo das mulheres das sete


POR CLAUDIA SILVEIRA

Em seu primeiro papel de destaque na TV, o ator Rodrigo Lopéz, 37 anos, vem chamando a atenção e conquistando a simpatia dos telespectadores como o divertido maquiador Betão, da novela “Beleza Pura” (Globo).

O personagem, que é gay, é um dos mais cativantes do folhetim e circula por vários núcleos. Ele trabalha no salão de Ivete (Zezé Polessa), é amigo de Helena (Mônica Martelli) e da mocinha Joana (Regiane Alves), com quem cresceu em um orfanato.

“Eu acho o Betão uma pessoa muito gente fina. Ele é muito fofo e tem uma coisa de menino, de ajudar todo mundo”, avalia Lopéz, que fala do seu personagem com empolgação e confessa adorá-lo.

Com medo de deixar o maquiador caricato por causa da homossexualidade, o ator conversou com algumas mulheres para conhecer detalhes da amizade delas com um gay e ter idéias para compor o personagem.

“O Betão é engraçado, é para ser engraçado, mas eu quis deixá-lo mais humano. Fazer um gay em uma comédia pode sair preconceituoso. Hoje, quando vou fazê-lo, não fico pensando que ele é gay. Se alguém pergunta a um ator qual papel ele está fazendo em uma novela, ninguém responde: ‘Ah! Eu faço um hetero!’. Eu não acho isso o mais importante”, conta Lopéz.

O sobrenome acentuado vem de sua descendência espanhola. O ator, que tem um irmão, foi o único da família a nascer no Brasil. Ele morou boa parte da infância na Espanha e fala espanhol fluentemente. Chegou até a dar aulas da língua.

Para ficar com o papel do maquiador em “Beleza Pura”, López enfrentou uma série de testes em que precisava interpretar várias cenas diferentes, de comédia a ação. Mas ele já era conhecido na emissora, pois, antes de viver Betão, tinha mostrado seu talento em uma participação no seriado “Sob Nova Direção” e na novelinha adolescente “Malhação”.

A decisão de seguir a carreira artística veio depois que Lopéz assistiu a uma peça na escola. Quando terminou o colegial, resolveu cursar a escola de arte dramática da USP (Universidade de São Paulo), onde se formou. “Eu não tive dúvidas quanto à minha profissão. A minha família recebeu bem a minha escolha”, conta o ator, que tem uma mãe pianista.

Desde que começou a gravar, o moço vem em um ritmo puxado de trabalho, com gravações diárias. Há dias em que ele começa a gravar às 6h e só pára às 22h. Mas Lopéz não se importa e até gosta dessa loucura.

“Até outubro, eu sou Betão de segunda a sábado. Só depois é que me darei férias”, planeja. Até lá, seu personagem ainda deve emocionar muito o público noveleiro. “Ele é uma espécie de herói e vai ajudar muito a mocinha”, adianta.

Reportagem publicada na Revista da Hora do dia 30/03/2008