15 de janeiro de 2008

Respire fundo em busca do bem-estar

POR CLAUDIA SILVEIRA

É somente quando o ar falta que nos damos conta de que precisamos dele para sobreviver. Porém, mesmo quando o oxigênio é abundante, não é todo mundo que sabe tirar o melhor proveito da respiração no dia-a-dia.

“Durante a vida adulta, é muito comum as pessoas não respirarem completamente, não usando sua capacidade total”, diz a fonoaudióloga Leny Kyrillos, professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Com isso, o organismo vai se adaptando a receber menos oxigênio, e as conseqüências não são nada boas.

Segundo Leny, quando respiramos inadequadamente, o nosso corpo passa a funcionar em um ritmo mais lento para economizar energia. Isso provoca alterações nos campos intelectual, _como dificuldade de concentração e de memória_, e no físico, como indisposição.

O contrário também acontece. Se respiramos adequadamente, o nosso organismo fica tinindo e responde rapidamente aos estímulos. Por isso, faz tanta diferença respirar fundo e contar até dez em momentos de estresse.

“Nessa hora, nos concentramos na nossa respiração e no nosso corpo. Tudo fica para trás”, diz Leny.

A estudante universitária Maria Barros, 23 anos, percebeu que seu corpo estava mais ativo depois que aprendeu a respirar.

“A principal mudança que senti foi na disposição e na sensação de vitalidade. Passei a produzir muito mais e a me estressar muito menos. Também sinto uma melhora absurda na minha capacidade de concentração”, detalha a estudante, que começou a fazer ioga há três meses e já lista os resultados.

“Na ioga, ensinamos a pessoa a usar toda a sua capacidade respiratória, seja lenta, seja acelerada. A grande diferença entre a prática e a ginástica são a concentração e a respiração”, compara a psicanalista e professora de ioga Lúcia Sandri.

Pode parecer estranho uma pessoa, depois de adulta, ter de aprender a realizar algo que ela faz desde que saiu do útero da mãe. “A maioria das pessoas que chegam às primeiras aulas não faz a respiração completa. O processo não é inerente, precisa ser aprendido”, afirma a professora.

Se ficar sabendo disso já tirou o fôlego, é só conferir acima duas técnicas de respiração sugeridas pelas profissionais entrevistadas pela Revista da Hora e que podem ser feitas a qualquer hora do dia e em qualquer lugar.


Reportagem publicada na Revista da Hora do dia 30/12/2007