9 de dezembro de 2007

Tudo sobre a gelada

POR CLAUDIA SILVEIRA

Foi-se o tempo em que, para impressionar os amigos em uma festa, era só chegar com uma garrafa de vinho a tiracolo.

As cervejas importadas estão conquistando cada vez mais apreciadores. Prova disso é que os bares têm aumentado sua carta de rótulos,oferecendo cada vez mais opções ao consumidor. Muitas casas decidiram apostar na variedade para atrair novos fregueses (confira nas págs. 12 a 15).

“A gente percebeu que havia esse nicho de mercado e decidiu aumentar a oferta. Queremos colocar novas marcas nos próximos meses”, diz Cristiano Mendes, um de decidiu aumentar a oferta. Queremos colocar novas marcas nos próximos meses”, diz Cristiano Mendes, um dos proprietários do Pier Paulista, que oferece 17 marcas.

Nessa onda de cervejas especiais, algumas estão se popularizando por aqui. É o caso das uruguaias Norteña e Patricia, que custam cerca de R$ 10 a garrafa de quase um litro. A alemã Erdinger (500 ml), que sai na faixa dos R$ 13, também é popular em terras brasileiras.

Mas há até a belga Deus, que pode chegar a R$ 260, a garrafa de 750 ml. E a mudança no gosto do consumidor cervejeiro também pode ser notada nas prateleiras dos supermercados, que já oferecem diversas marcas (leia mais ao lado).

O vendedor Lucas Porto, 29 anos, pertence ao público-alvo desses estabelecimentos. “Se não conheço uma cerveja, olho o rótulo, a nacionalidade e a matéria-prima. Gosto de cerveja boa, mas com preço acessível”, diz.

Segundo o mestre-cervejeiro Rubens Mattos, doutor em técnica de alimentos pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a maior presença de cervejas importadas também tem feito o mercado para cervejeiros artesanais no Brasil crescer. “Isso já aconteceu nos Estados Unidos e agora ocorre aqui.”

E, se o gosto está mais sofisticado, o modo de servir também. A “estupidamente gelada” pode dar lugar a cervejas servidas entre 4ºC e 15ºC. Segundo especialistas, essas temperaturas não comprometem a identificação do sabor.

E, já que cerveja pede petisco, que tal apostar em uma refeição completa? Falar de harmonização de pratos com vinhos já está ultrapassado. Para impressionar, vale apostar na versatilidade da cerveja. A dica do cervejeiro artesanal e gastrônomo Edu Passareli é: “Pratos leves, cervejas leves; pratos complexos, cervejas complexas.”

Uma questão de idade

Cerveja tem data de validade e dura, em média, seis meses. Quanto mais perto do fim desse prazo, inferior será a sua qualidade.

“Com até um mês de fabricação, ela é considerada nova. Depois disso, não é que já esteja velha, mas não está mais tão fresquinha”, explica a engenheira de alimentos Priscila Becker Siqueira.

A diferença entre a nova e a velha pode ser sentida no paladar. A cerveja já passou do ponto quando está com sabor e cheiro ruins. Isso não quer dizer que ela se tornou tóxica, só passou a ser desagradável e não vale mais a pena bebê-la. Para não comprar cerveja vencida, prefira as que foram conservadas longe da luz e do calor. E, quanto maior for a rotatividade do estabelecimento, melhor.

Vale lembrar que cerveja é proibida para menores de 18 anos. Deguste com moderação!



Supermercados já entraram na onda

Os supermercados também querem lucrar com a moda das cervejas especiais. Tanto que as grandes redes varejistas estão incrementado as prateleiras e apostando em marcas estrangeiras. A variedade não deixa a desejar em relação a alguns bares, e o preço costuma ser mais camarada.

No Wal-Mart Supercenter, por exemplo, é possível encontrar mais de 40 rótulos de oito países. O produto mais em conta é a lata da Budweiser pilsen (R$ 1,68).

No Carrefour, são mais de 50 rótulos da Inglaterra, do Uruguai e da França, entre outros países. Lá, é possível encontrar a alemã Spaten München por R$ 5,59 (500 ml) e a uruguaia Pilsen por R$ 6. O Extra tem a alemã Löwenbräu (330 ml) por R$ 3,65. Não faltam opções para encher o carrinho e experimentar diferentes sabores.


Amigos gostam de brindar com uruguaias

Sempre que sai para beber com os amigos, a estudante universitária Karen Grace, 36 anos, opta pela cerveja por ser “uma bebida bem social, ótima para apreciar em grupo”.

Essa foi a escolha na ocasião em que ela botou o papo em dia com o vendedor Claudio Vital, 36 anos, e o administrador de empresas Ismael Baubeta, 40 anos. A bebedeira foi na padaria Tortula.

“Eu gosto de experimentar marcas novas porque a gente acaba descobrindo muita coisa boa, mas sempre volto para as uruguaias”, conta Karen, revelando a sua preferência.

A pedida do dia foi a Patricia. “Do Uruguai, é a minha preferida”, avalia Vital, que também conta ser um apreciador da bebida. “Não perco uma oportunidade de conhecer novas marcas.”

Reportagem publicada na Revista da Hora do dia 11/11/07